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O encanto das primeiras vezes

  • Foto do escritor: Juliana Sae
    Juliana Sae
  • 9 de ago. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de ago. de 2022

Percebi esses dias que gosto muito de primeiras vezes. Tenho uma caixinha interna aqui de imagens e sensações de algumas primeiras vezes muito gostosas da vida e percebo como sempre volto pra elas quando preciso me recarregar ou me lembrar do porque estou fazendo o que faço.


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Adultos bem do maravilhosos me proporcionando algumas primeiras vezes.


A primeira vez que entrei no espaço alugado do meu ateliê.

A primeira vez que comi morango.

A primeira vez que dirigi na estrada sozinha.

A primeira vez que vi meus pais de cabelo todin branco.

A primeira vez que meu amor me chamou de minha namorada.

A primeira vez que gargalhei de chorar com minha melhor amiga na infância.

A primeira vez que vi uma pessoa que amo em um caixão.

A primeira vez que vi o espelho refletir a Ju que sinto ser aqui dentro.


É, escrevendo assim agora percebo que tem umas que não recarregam taaanto assim porque doeram. Oxi como doeram. Mas ainda assim entendo que elas estão aqui na minha caixinha sensorial e mental porque foram momentos onde eu senti profundamente: meu corpo, minhas emoções, meu entorno. Ou doeram, ou deram borboletas na barriga ou me abriram espaço pra crescer.


E aí que esses dias percebi que a minha paixão por primeiras vezes, além de me proporcionar coisas bonitas demais e me ajudar a ser humana adulta nessa vida doida, também me deixa ansiosa.


Gosto tanto de inaugurações de sentires e sensações que quero sentir tudo como se fosse a primeira vez o tempo todo. Quando como algo gostoso, repito não por fome mas porque quero sentir aquele MEU DEUS QUE COISA GOSTOSA mais e mais. Ou a ansiedade vem por morrer de medo de uma primeira vez tenebrosa acontecer.. e me pego fugindo ou pensando nela sem parar.


E nessa eu perco de estar 100% presente, desfrutando de sentir o que a situação inédita e estreiante me convida a sentir naquele momento. Seja gostosura, seja aprendizado, seja choro-que-é-xixi-da-alma.


Tô aprendendo a fechar os olhos em cada primeira vez

que a vida me apresenta e tirar uma fotografia mental daquilo.

Depois abri-los, desfrutar e lidar com o fato de que foi, passou.

Agora quando eu fizer/sentir/encontrar/comer de novo,

vai ser pela segunda vez.


Perceber isso me abriu espaço pra entender com mais profundidade que o cotidiano e a rotina têm sua beleza, que fazer algo de novo e de novo é muito bonito e me lembrou de estar atenta e presente pra perceber o arrepio que sobe pelo corpo todo quando me atento que tô vivenciando uma primeira vez. E vivê-la. Sem querer que dure pra sempre, sem querer repetir, sem evitar..mas só viver. Completamente presente pra depois deixar ela ir e abrir espaço.


Acho que a infância vem me encantando tanto por isso, por ser o tempo-espaço onde tudo está estreiando: os olhares, os sentires, os encantamentos, os movimentos, as frustrações.


A fase da vida onde tudo é primeira vez.


Que eu siga atenta e presente pra poder proporcionar ambientes férteis para muitas primeiras vezes brotarem de mim, para mim e para elas, que me ensinam tanto: as crianças tudo. 🤍

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